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Imagem retirada da página - agora inexistente - "Ocupa Paraná", no Facebook
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No ano passado, quando ainda
estava no Ensino Médio, presenciei pela primeira vez uma greve duradoura dos
professores e funcionários públicos. Foi a primeira vez que percebi como
funcionava a relação entre governo, funcionários públicos e estudantes. Com certeza,
essa movimentação grevista no ano de 2015 me deu um motivo a mais para desejar
cursar história. A intenção era, também, entender porque aquilo acontecia.
Em outubro, algumas escolas
secundárias começaram a ser ocupadas por seus estudantes, no início, foi muito tímido,
como se o movimento não fosse muito longe, então, em pouco tempo, centenas de
escolas já estavam ocupadas em todo o estado.
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Algum tempo depois, no dia
17 de outubro, tive a oportunidade participar de duas assembleias estudantis,
para decidir se a universidade seria ocupada, a primeira, foi muito pacífica, e
de forma unânime, os estudantes do período matutino que compareceram na assembleia,
votaram pela ocupação. À noite, a assembleia estava muito mais cheia e agitada,
com muito mais pessoas que eram contra a ocupação, mas mesmo assim, por volta
das 22h, depois de muita discussão, o campus foi ocupado.
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Ocupação do Campus Sta. Cruz Unicentro |
Esse período de mais ou menos um mês, em que a universidade estava ocupada, foi o período, desde o início do ano, em que pela primeira vez, eu realmente senti que estava em uma universidade. A ocupação trouxe à tona uma ideia do que a universidade realmente deveria ser, pelo menos para mim. Participei de discussões que nunca seriam possíveis apenas dentro da grade curricular de História. Conversei, pude trocar ideias e aprender muito com alunos e professores de cursos como Arte, Pedagogia, Filosofia, Letras e os de Comunicação Social, e era essa interdisciplinaridade que eu imaginava encontrar na universidade. Esse contato com acadêmicos de outros cursos foi extremamente produtivo, visto que antes disso, ele não se estendia muito além da passagem um pelos outros nos corredores da universidade.
A ocupação acabou tendo seu
fim, em meados de novembro, no entanto, o sentimento de união entre as pessoas
que participaram, permaneceu. Principalmente, por que é comum o pensamento de
que, no futuro, ao menos, não nos arrependeremos de não ter lutado.
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Ocupação do Campus Sta. Cruz Unicentro. |
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