Pensando em narrar a
minha passagem por diversas áreas de pesquisa durante a graduação, percebi que
este texto poderia servir também para os acadêmicos que estão iniciando o curso
de História na Unicentro. Portanto, ao falar de linhas, falarei também sobre os
laboratórios de pesquisa que frequentei, mesmo que rapidamente.
Em 2013 iniciei minha primeira Iniciação Científica, sob
orientação do Prof. Dr. Jefferson Olivatto, do departamento de Pedagogia da
Unicentro. O projeto de pesquisa foi desenvolvido em dois grupos. Um deles é o “Imperialismo
e Racismo” da Universidade Federal do Paraná, local onde, no período, este orientador
desenvolvia seu estágio Pós Doutoral em História da África. Participei de cinco
ou seis reuniões organizadas pelo grupo, que envolvia mestrandos, doutorandos e
pós-doutores, na sede do Programa de Pós Graduação em História da UFPR, em
Curitiba.
Na Unicentro, o Prof. Jefferson estava ligado ao GPCEI
(Grupo de Pesquisa Cultura, Etnias e Identificações), anexo ao departamento de
História de Guarapuava e que concentra seus estudos em práticas e espaços de
poder e história agrária, entre outros. A temática de minha pesquisa, em
consonância com as demais desenvolvidas no grupo “Imperialismo e Racismo”, se
dedicou ao estudo das práticas colonialistas alemãs no continente africano,
mais especificamente na Namíbia, onde a população nativa (os Herero) foi vítima
de um genocídio no início do século XX. Procedendo, então, a partir da
perspectiva da História Cultural.
Devo admitir que minha imersão teórica neste primeiro
momento foi um tanto tímida, já que estava apenas no segundo ano da graduação e
passava pela primeira experiência de pesquisa. No entanto, foi extremamente
importante para que eu pudesse entender a dinâmica da pesquisa histórica, tomando
as primeiras lições em relação às fontes, referenciais teóricos, metodológicos
e bibliográficos. Dessa forma, tenho muito a agradecer a todos que participaram
deste grupo na UFPR, os quais tiveram bastante paciência com minhas limitações.
Aos estudantes que chegam ao curso ou que pretendem engajar na primeira
pesquisa, aconselho que não tenham receio de não estar à altura, mas que tenham
humildade para destacar as dificuldades e para absorver tudo o mais que lhes
puderem ensinar.
No segundo semestre de 2014 comecei minha segunda
Iniciação Científica, continuando a temática de raça, mas desta feita a partir
do viés da História da Ciência. Tive como orientador o Prof. Dr. Vanderlei
Sebastião de Souza, desenvolvendo uma pesquisa que buscava refletir a respeito
das teorias raciais elaboradas nos círculos intelectuais, também nos primeiros
anos do século XX no Brasil (o resumo desta pesquisa encontra-se nesse blog).
Nesta pesquisa, apesar das continuidades, como a análise de um discurso e do
pensamento racialista, pude entrar em contato com a temática das ideias e das
trajetórias intelectuais, bem como da ciência no Brasil. Dessa forma, foram outras fontes, outras metodologias.
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Por fim, ao concluir esta última Iniciação Científica, já
no segundo semestre de 2015, tendo poucos meses para terminar a graduação,
resolvi mais uma vez mudar de linha de pesquisa para escrever o artigo de
conclusão da disciplina de Pesquisa em História. Desta feita contei com a
Orientação do Prof. Dr. Helvio Alexandre Mariano, no LACSO (Laboratório de
Cultura, Política e Sociedade), a partir da perspectiva da História Social,
onde, pesquisando os trabalhadores, tive a possibilidade de inverter a lógica
das pesquisas anteriores, fazendo uma história vista de baixo, pelo viés da
Micro-história. Este laboratório já havia me chamado a atenção muito antes,
quando tive contato com discussões teóricas acaloradas em outros momentos da
graduação. Sendo assim, construí minha pesquisa com o decisivo auxílio do grupo
de pesquisa Guarda Chuva (já mencionado neste blog, por Vinícius Ferreira),
dentro do próprio LACSO.
Aos novos estudantes do curso de História da Unicentro e
também àqueles que pretendem se engajar numa pesquisa, aconselho que visitem os
laboratórios e conversem com aqueles que fazem parte dos mesmos. Se abram para
uma vida acadêmica mais plural. Vocês têm muito mais a ganhar participando de
discussões e trocando experiências com os demais acadêmicos do curso, do que
somente participando das atividades de sala de aula. Encarem a universidade
como um espaço de trocas e crescimentos. Todos os laboratórios citados ficam ao
lado do Departamento de História. Para mais informações entrem em contato com
os petianos através deste blog, da página do PET no facebook e também na sala
do PET-História que fica no Bloco D, segundo piso, quase em frente ao elevador.
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