sábado, 10 de dezembro de 2016

Experiências Discursivas por Danielle González Campos - Minicurso História da arte

     A disciplina de História da arte é um conteúdo que não faz parte da grade curricular do Curso de História na Unicentro, já há alguns anos. Visando suprir essa ausência, ocorre desde o final de setembro o  Minicurso Curso de História da arte, organizado pelo Pet História e  ministrado pela professora do Departamento de História, Silva Mello.


     Totalizando 5 encontros realizados a cada 15 dias, com o último marcado para segunda-feira agora, dia 12(pois o Curso parou frente a greve docente e a ocupação estudantil da universidade) a professora Silvia aprofundou-se sobre os três regimes de identificação da arte: o regime ético das artes, que vai desde a “pré-história” até a idade média, onde a arte tinha uma função mágica e mesmo sagrada; o regime poético ou representativo, que vai da renascença até o século XIX onde a arte possuía função contemplativa e decorativa; e o regime estético das artes que se dá a partir da segunda metade do século XIX onde a arte é feita para gerar reflexões e muitas vezes se dá como resistência e  pretende fazer aquele que vê a obra de arte,  sair do seu lugar comum.

     Assim, tem-se construído durante o curso, reflexões a cerca do que é arte e de quem é artista, muito particulares. Uma das obras mais representativas da arte de Pablo Picasso “Les Demoiselles d’Avignon”, foi considerada um escândalo por retratar as prostitutas da avenida d’Avignon em Madri,  disseram que a exposição da tela acabaria com a carreira de Picasso. Quem diria que hoje a obra valeria bilhões, e seria uma das obras mais importantes do século XX¿ A arte, é então, como a história, feita de mudanças, assim como de permanências. A obra permaneceu, e permanece por enquanto, mas o contexto mudou e o modo de enxergar a pintura, também.

“Les Demoiselles d’Avignon” Pablo Picasso(1907)

     A mim particularmente me encantaram as obras de Vincent Van Gogh. Seus “simples” retratos do cotidiano e as cores vivas de suas pinturas expressam de forma intensa o que Van Gogh sentia, e passam essas sensações aos expectadores de suas telas. Quem é que não teve vontade de estar em “O Terraço do Café na Place du Forum, Arles, à Noite”¿Nutro também admiração por Duchamp, que revolucionou o fazer do artista no século XX, onde hoje a técnica não importa mais. O que importa é o fazer artístico, o pensar a arte, o processo criativo que o artista teve para fazer daquela obra, arte. Agora, o que conta é a ideia.

O Terraço do Café na Place du Forum, Arles, à Noite” Vincent Van Gogh (1888)


     Contantin Brancusse recriando a escultura “O beijo” de Augusto Rodin demonstrou que não é necessário ser pioneiro para criar algo totalmente novo. O Beijo de Brancusse não é o mesmo beijo de Rodin, que por sua vez não é o mesmo beijo de Gustav Klimt. As influencias e os roubos artísticos criam algo próprio e inovador. Assim como Picasso, que aprendeu com o pintor de final de semana Henri Rousseau, a desenhar como uma criança. Modesto Picasso. Suas pinturas não têm nada de infantil, mas sim uma simples erudição.


                   “O Beijo” Constantin Brancusse (1907)                      

  “O Beijo” Augusto Rodin (1882-1889)

           “O biejo” Gustav Klimt (1907-1908)


      Assim, a arte mesma, possui uma importância e motivação política e social, própria do seu tempo. Seja ao modo de representar fielmente os reis quase que divinamente, como o Rei Sol, Luís XIV, ou se apropriar das mascaras africanas e das prostitutas da avenida d’Avignon para representar pessoas comuns. Cada época tem seus anseios expressos nas obras de arte.


     Finalizo agradecendo de Coração a profe Silvia Mello, por ministrar o curso, e nos passar toda a sua paixão pela história da arte. O conhecimento construído é tentar vencer a inércia do sistema educacional atual. Gracias profe!!!!

“Viva la vida” Frida Khalo (1954)


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