A disciplina de História da arte é um conteúdo que não
faz parte da grade curricular do Curso de História na Unicentro, já há alguns
anos. Visando suprir essa ausência, ocorre desde o final de setembro o Minicurso Curso de História da arte,
organizado pelo Pet História e ministrado pela professora do Departamento de História,
Silva Mello.
Totalizando 5 encontros realizados a cada 15 dias, com o
último marcado para segunda-feira agora, dia 12(pois o Curso parou frente a
greve docente e a ocupação estudantil da universidade) a professora Silvia
aprofundou-se sobre os três regimes de identificação da arte: o regime ético
das artes, que vai desde a “pré-história” até a idade média, onde a arte tinha
uma função mágica e mesmo sagrada; o regime poético ou representativo, que vai
da renascença até o século XIX onde a arte possuía função contemplativa e
decorativa; e o regime estético das artes que se dá a partir da segunda metade do
século XIX onde a arte é feita para gerar reflexões e muitas vezes se dá como resistência
e pretende fazer aquele que vê a obra de
arte, sair do seu lugar comum.
Assim, tem-se construído durante o curso, reflexões a cerca
do que é arte e de quem é artista, muito particulares. Uma das obras mais
representativas da arte de Pablo Picasso “Les
Demoiselles d’Avignon”, foi considerada um escândalo por retratar as
prostitutas da avenida d’Avignon em Madri,
disseram que a exposição da tela acabaria com a carreira de Picasso. Quem
diria que hoje a obra valeria bilhões, e seria uma das obras mais importantes
do século XX¿ A arte, é então, como a história, feita de mudanças, assim como de
permanências. A obra permaneceu, e permanece por enquanto, mas o contexto mudou
e o modo de enxergar a pintura, também.
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“Les Demoiselles d’Avignon” Pablo Picasso(1907) |
A mim particularmente me encantaram as obras de Vincent Van
Gogh. Seus “simples” retratos do cotidiano e as cores vivas de suas pinturas
expressam de forma intensa o que Van Gogh sentia, e passam essas sensações aos
expectadores de suas telas. Quem é que não teve vontade de estar em “O Terraço do Café na Place du Forum, Arles,
à Noite”¿Nutro também admiração por Duchamp, que revolucionou o fazer do
artista no século XX, onde hoje a técnica não importa mais. O que importa é o
fazer artístico, o pensar a arte, o processo criativo que o artista teve para
fazer daquela obra, arte. Agora, o que conta é a ideia.
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“O Terraço do Café na Place du Forum, Arles, à Noite” Vincent Van Gogh (1888)
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Contantin Brancusse recriando a escultura “O beijo” de
Augusto Rodin demonstrou que não é necessário ser pioneiro para criar algo
totalmente novo. O Beijo de Brancusse não é o mesmo beijo de Rodin, que por sua
vez não é o mesmo beijo de Gustav Klimt. As influencias e os roubos artísticos criam
algo próprio e inovador. Assim como Picasso, que aprendeu com o pintor de final
de semana Henri Rousseau, a desenhar como uma criança. Modesto Picasso. Suas
pinturas não têm nada de infantil, mas sim uma simples erudição.
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“O Beijo” Constantin Brancusse (1907)
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“O Beijo” Augusto Rodin (1882-1889) |
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“O biejo” Gustav Klimt (1907-1908)
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Assim, a arte mesma, possui uma importância e motivação
política e social, própria do seu tempo. Seja ao modo de representar fielmente
os reis quase que divinamente, como o Rei Sol, Luís XIV, ou se apropriar das
mascaras africanas e das prostitutas da avenida d’Avignon para representar
pessoas comuns. Cada época tem seus anseios expressos nas obras de arte.
Finalizo agradecendo de Coração a profe Silvia Mello, por
ministrar o curso, e nos passar toda a sua paixão pela história da arte. O
conhecimento construído é tentar vencer a inércia do sistema educacional atual.
Gracias profe!!!!
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“Viva la vida” Frida Khalo (1954) |
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