segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Experiências Discursivas por Matheus Villani - O Tempo Capital

Nos dias que se passam, pelos olhos dos recém-chegados ou dos que estão partindo, há algo em comum, a cobrança sobre o tempo.  Mas porque o tempo? O tempo marca tudo e tudo provem do tempo, dependemos tanto do tempo que deixamos o lado humano para trás, associando nossos cérebros a meras maquinas, ordenadas por horários e compromissos indiscutíveis, assim “aproveitando” o máximo do dia sendo apenas peças de um grande sistema, como se fossemos algo superficial, algo irrelevante, humildes engrenagens substituíveis.
Em uma experiência do dia-a-dia, parei com um amigo em um semáforo, logo após o sinal fechar, um rapaz começou a fazer malabares com bolas, então fui questionado sobre se aquilo era ou não um trabalho, indaguei em responder, e pensei naquilo o dia todo, imaginei o esforço de estar a cada momento, no qual o sinal fecha, realizando um exercício repetitivo... O que lhe diferencia de algum individuo que senta em sua mesa, realizando a mesma função o dia todo? Por que não seria um trabalho? São questões como essas que naquele momento tomaram conta de mim.
O rapaz espera receber por deixar aqueles segundos em que eu aguardava mais curtos, por que entretenimento naquele momento em que esperávamos ansiosos, distraídos pelo fato de não estarmos fazendo nada era tão bem-vindo? Acostumamos-nos a estar sempre em função de algo, que nos cansa tomar um momento para pensar.                                                                                                           
Na contemporaneidade tudo ficou tão próximo, porém, mais distante. Nos cumprimentos á conhecidos na rua, onde o curto diálogo marca por instantes uma relação que pela falta de algo que buscamos não se prolongará, diálogos programados que se repetem instantaneamente ao “apertar de um botão”. A meu ver, chegará uma época em que estaremos tão “desumanizados” que simples chamadas emergenciais não serão gratuitas, num futuro onde tudo se baseia em um único motivo, o “tempo”.
imagem meramente ilustrativa.

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