Nos
dias que se passam, pelos olhos dos recém-chegados ou dos que estão partindo,
há algo em comum, a cobrança sobre o tempo.
Mas porque o tempo? O tempo marca tudo e tudo provem do tempo,
dependemos tanto do tempo que deixamos o lado humano para trás, associando
nossos cérebros a meras maquinas, ordenadas por horários e compromissos
indiscutíveis, assim “aproveitando” o máximo do dia sendo apenas peças de um
grande sistema, como se fossemos algo superficial, algo irrelevante, humildes
engrenagens substituíveis.
Em
uma experiência do dia-a-dia, parei com um amigo em um semáforo, logo após o
sinal fechar, um rapaz começou a fazer malabares com bolas, então fui questionado
sobre se aquilo era ou não um trabalho, indaguei em responder, e pensei naquilo
o dia todo, imaginei o esforço de estar a cada momento, no qual o sinal fecha,
realizando um exercício repetitivo... O que lhe diferencia de algum individuo
que senta em sua mesa, realizando a mesma função o dia todo? Por que não seria
um trabalho? São questões como essas que naquele momento tomaram conta de mim.
O
rapaz espera receber por deixar aqueles segundos em que eu aguardava mais
curtos, por que entretenimento naquele momento em que esperávamos ansiosos,
distraídos pelo fato de não estarmos fazendo nada era tão bem-vindo? Acostumamos-nos
a estar sempre em função de algo, que nos cansa tomar um momento para pensar.
Na
contemporaneidade tudo ficou tão próximo, porém, mais distante. Nos
cumprimentos á conhecidos na rua, onde o curto diálogo marca por instantes uma
relação que pela falta de algo que buscamos não se prolongará, diálogos
programados que se repetem instantaneamente ao “apertar de um botão”. A meu
ver, chegará uma época em que estaremos tão “desumanizados” que simples
chamadas emergenciais não serão gratuitas, num futuro onde tudo se baseia em um
único motivo, o “tempo”.
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imagem meramente ilustrativa. |
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